Diversos parlamentares solicitaram que as forças de segurança intervenham para dispersar o grupo de baderneiros que ocupou o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Escolhido para liderar o governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou que ele e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, estariam "agora representando ao procurador-geral da República para que seja decretada intervenção na segurança pública do Distrito Federal".
Randolfe anunciou ainda estar protocolando ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, pedidos de "prorrogação do inquérito dos atos antidemocráticos a partir dos acontecimentos de hoje e impedimento de posse e, em caso de posse, afastamento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, na Secretaria de Justiça do Distrito Federal".
Na base do governo, vários senadores condenaram o caráter antidemocrático das manifestações e a destruição de patrimônio público. Alguns criticaram o governo do Distrito Federal por considerarem insuficiente a atuação da Polícia Militar.
Humberto Costa (PT-DF): "O governo do Distrito Federal, mais do que irresponsável, foi conivente com os atos terroristas a que estamos assistindo. Os criminosos contaram com o apoio das forças de segurança para praticar a barbárie em curso."
Eliziane Gama (Cidadania-MA): "Diante da violência vista hoje em Brasília , é preciso a imediata convocação da Comissão Representativa do Congresso Nacional. É hora de discutir uma intervenção federal no Distrito Federal diante da irresponsabilidade das autoridades que permitiram o acesso desses extremistas à Esplanada".
Rogério Carvalho (PT-SE): "Repudio, com a máxima energia, os atos de vandalismo que acontecem neste momento nos prédios do Congresso Nacional, e imediações. O Brasil assiste estarrecido a um severo ataque contra nossa democracia, que não pode passar impune."
Marcelo Castro (MDB-PI): "Inaceitável! O presidente da República e os representantes do Parlamento foram eleitos democraticamente. Atos criminosos contra a democracia e a depredação do patrimônio público precisam ser combatidos e os culpados devem ser punidos com o rigor da lei, de forma célere."
Renan Calheiros (MDB-AL): "Baderneiros depredaram o patrimônio. Crimes reincidentes, anunciados como o vandalismo na sede da Polícia Federal e o terrorismo no aeroporto. O chefe da Segurança do governo do Distrito Federal e a leniência local do governo exigem uma intervenção federal imediata Os golpistas não passarão e a ordem prevalecerá."
Paulo Paim (PT-RS): "Catastrófica a invasão do Congresso e do STF por radicais golpistas da direita. Um ataque à democracia e às instituições públicas. Eles não aceitam o resultado das urnas e pregam golpe de Estado. A polícia precisa agir."
Outros senadores, que não fazem parte da base do governo, também pediram providências.
Alessandro Vieira (PSDB-SE): "É urgente a responsabilização do governador do Distrito Federal e dos comandantes do policiamento que falharam gravemente, para dizer o mínimo, na proteção do Congresso Nacional. Ausência total de organização, trabalho de inteligência e compromisso com a democracia."
Alvaro Dias (Podemos-PR): "Quebraram os vidros do Congresso. Essa é a 'manifestação pacífica e ordeira' de que falavam?"
Daniella Ribeiro (PSD-PB): "Invadir o Congresso Nacional não é manifestação política. O dia de hoje é um retrocesso para a nossa democracia. Repudio veementemente esses atos e espero que o rigor da lei atue sobre os envolvidos."
Soraya Thronicke (União-MS): "Minha assessoria já entrou em campo para escrever o pedido de abertura de CPI dos Atos Antidemocráticos. A democracia aceita tudo, menos que acabem com ela."
Flavio Arns (Podemos-PR): "Repudio, com a máxima energia, os atos de vandalismo que acontecem neste momento nos prédios do Congresso Nacional, e imediações. O Brasil assiste estarrecido a um severo ataque contra nossa democracia, que não pode passar impune."
Senadores que se definem como de oposição ao governo federal também lamentaram a violência e afirmaram que ela é prejudicial ao debate democrático.
Marcos do Val (Podemos-ES): "Como parlamentar da direita, que repudio veemente estes atos violentos, de vandalismo e de terrorismo contra os três poderes. A direita só perde com essas ações irresponsáveis e inconsequentes. Perde a direita, perde o povo, perde o Brasil."
Carlos Portinho (PL-RJ): "Nenhuma violência é tolerável. Nenhuma manifestação violenta é democrática. Mas assim às vezes a sociedade se manifesta. Infelizmente. E não somente no nosso país. É preciso gestos que apaziguem. Governo e Judiciário. Violência e intimidação nos tornam menos democráticos."
Ciro Nogueira (PP-PI): "Peço a todos equilíbrio e sensatez. A democracia se fortalece no contraditório e no respeito às diferenças."
Fonte: Agência Senado